Matéria orgânica e
gás oxigênio na água
Oxigênio dissolvido e DBO
Oxigênio Dissolvido (OD) é a quantidade de oxigênio atmosférico dissolvido na água; é um
fator limitante para manutenção da vida aquática e de processos de
autodepuração em sistemas aquáticos naturais e estações de tratamento de
esgotos.
Durante a
degradação da matéria orgânica, as bactérias fazem uso do oxigênio nos seus
processos respiratórios, podendo vir a causar uma redução de sua concentração
no meio.
Quanto maior o
volume de matéria orgânica – esgotos – for lançado em um corpo d’água, maior
será o consumo (demanda) de oxigênio usado na respiração dos seres aquáticos
(em especial, das bactérias decompositoras). A concentração de oxigênio
presente na água vai variar de acordo com a pressão atmosférica (altitude) e
com a temperatura do meio. Águas com temperaturas mais baixas têm maior
capacidade de dissolver oxigênio; já em maiores altitudes, onde é menor a
pressão atmosférica, o oxigênio dissolvido apresenta menor solubilidade.
Uma das causas
mais freqüentes de mortandade é a queda na concentração de oxigênio nos corpos
d’água. O valor mínimo de oxigênio dissolvido (OD) para a preservação da vida
aquática, estabelecido pela Resolução CONAMA 357/05(2) é de 5,0 mg/L, mas
existe uma variação na tolerância de espécie para espécie. As carpas, por
exemplo, conseguem suportar concentrações de OD de 3,0 mg/L, sendo que a carpa
comum chega até mesmo a sobreviver por até 6 meses em águas frias e sem nenhum
Oxigênio Dissolvido, (ANOXIA). Tais valores seriam fatais para as trutas, que
necessitam de uma concentração maior de Oxigênio Dissolvido para sobreviverem,
em torno de 8,0 mg/L de OD. O peixe Dourado sobrevive por até 22 horas em águas
anóxicas a 20°C ,
enquanto que as larvas destes peixes são menos tolerantes que os adultos. Isto
porque os valores letais dependem do estágio de vida dos organismos, sendo
geralmente mais exigentes os estágios mais jovens.
De maneira geral, valores de oxigênio
dissolvido menores que 2 mg/L pertencem a uma condição perigosa, denominado
HIPOXIA, ou seja, baixa concentração de Oxigênio dissolvido na água.
Quando há o lançamento de uma carga orgânica num
corpo d`água, ocorre um grande aumento dos micro-organismos aeróbios
decompositores, que se alimentam de resíduos orgânicos biodegradáveis,
provocando um drástico aumento na DBO
(demanda bioquímica de oxigênio). A
DBO é a quantidade necessária de oxigênio para a metabolização da matéria
orgânica biodegradável existente no meio aquático. Em conseqüência do aumento
da DBO, ocorre uma rápida diminuição, chegando a zero, na quantidade de
oxigênio dissolvido, essencial para os organismos aeróbios, como os peixes. Os maiores aumentos em termos de DBO, num
corpo d’água, são provocados por despejos de origem predominantemente orgânica.
Eutrofização
A matéria orgânica lançada na água (proveniente do
esgoto doméstico) acelera o processo de decomposição realizado por bactérias
aeróbias (micro-organismo que consomem oxigênio). Durante o processo de
decomposição, estas bactérias liberam nutrientes na água, principalmente
nitrato e fosfato, que são elementos fundamentais para as plantas e outros
animais que vivem na água. As algas em contato com estes nutrientes passam a
proliferar exageradamente e formar uma intensa camada de algas planctônicas na
superfície da água, impedindo dessa forma a penetração da luz. Se há um rápido
crescimento de algas há também maior mortalidade delas e consequentemente mais
decomposição ocorrerá, diminuindo a disponibilidade de oxigênio na água. Os
animais não tendo a disponibilidade de oxigênio na água passam a morrer também
propiciando um processo cíclico que, se continuar por muito tempo e não for
tratado e removido do rio, causará o desaparecimento dos animais. Restando
apenas a camada de alga na superfície e a diminuição na concentração de
oxigênio (chegando praticamente a zero), os micro-organismos anaeróbios passam
a proliferar com mais intensidade e a matéria orgânica que fica no fundo do rio
é decomposta por estes seres. Este processo libera óxidos de enxofre para a
atmosfera que dão cheiro de podridão à água. Portanto o controle da poluição
por matéria orgânica é fundamental para a manutenção do equilíbrio do
ecossistema aquático e consequentemente da qualidade da água.
VACINAS
Quando uma
substância estranha penetra em nosso corpo um verdadeiro exército de defesa
entra em ação. Fazendo parte desse exército estão proteínas especiais chamadas
anticorpos, que são produzidas como resposta à presença da substancia estranha
que é chamada antígeno.
As vacinas
contém agentes infecciosos inativados ou atenuados, toxinas inativas ou outros
componentes que induzem a produção de anticorpos ao serem introduzidos no
organismo. Esses agentes podem ser vírus ou bactérias.
As vacinas
correspondem,portanto, à antígenos que não provocam a doença mas induzem o
sistema imunológico do organismo a produzir anticorpos específicos que
neutralizando agente causador da doença.
A primeira
vacina de que se tem registro na história surgiu em 1796, quando o médico
britânico Edward Jenner desenvolveu uma forma de imunização contra a varíola.
Ele descobriu que, ao expor uma pessoa à versão bovina do vírus, ela tinha
inicialmente reações leves, mas com rápida recuperação e, mais tarde,
desenvolvia imunidade contra a versão humana da doença. "Ao entrar em
contato com o sistema imune, a vacina provoca uma reação de proteção e gera
nele uma memória", explica a professora Wirla Maria Tamashiro, do
Departamento de Microbiologia e Imunologia do Instituto de Biologia da
Universidade de Campinas (Unicamp). "Essa memória possibilita que o
sistema imunológico tenha uma resposta rápida e eficiente de controle
infeccioso quando o mesmo agente entrar no organismo".
Apesar de os
cientistas conhecerem esse mecanismo, o processo de produção de vacinas não é
simples. "Existem várias formulações diferentes de vacinas. Em primeiro
lugar é preciso identificar o agente causador da doença que se quer
combater", diz a professora. Ela explica que a vacina pode ser produzida a
partir de componentes de um microorganismo ou dele próprio, morto ou atenuado.
"No caso da poliomielite, por exemplo, o agente causador é isolado e
trabalhado em laboratório até que se consiga uma cepa atenuada do vírus. Ela
não tem o mesmo poder de infecção e é suficiente para induzir uma proteção no
hospedeiro".
Mas nem sempre
o microorganismo em si é responsável por provocar a doença. "Às vezes, a
causa é uma substância tóxica que ele produz, então a vacina precisa
neutralizar essa toxina. Em outros casos, o problema não é o vírus ou a
bactéria, mas a quantidade dele no interior do hospedeiro, então é preciso
controlar sua multiplicação", esclarece Wirla Tamashiro. Ela também
ressalta que alguns vírus, como o HIV, possuem mecanismos de escape do sistema imunológico
muito eficientes, tornando o trabalho de produção de vacina muito mais difícil.
"A gente pode produzir anticorpos mas eles não são suficientes para
proteger, porque o vírus fica escondido dentro de uma célula do próprio sistema
imune, que não consegue enxergá-lo. Além disso, ele consegue passar de uma
célula para outra sem ter acesso aos anticorpos em circulação". Por isso,
a professora acredita que a descoberta de uma vacina nesse caso ainda pode
levar muitos anos ou até mesmo nunca acontecer.
As ações de
vacinação são coordenadas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) da
Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde que tem o objetivo de
erradicar, eliminar e controlar as doenças imunopreveníveis no território
brasileiro.
A vacinação é
a maneira mais eficaz de evitar diversas doenças imunopreveníveis, como varíola
(erradicada), poliomielite (paralisia infantil), sarampo, tuberculose, rubéola,
gripe, hepatite B, febre amarela, entre outras.