Relações ecológicas entre os seres vivos.
Tipos de associação ente os seres vivos:
Relações em que não há prejuízo para nenhum participante | Intraespecíficas | Sociedade |
Colônia | ||
Interespecíficas | Mutualismo | |
Protocooperação | ||
comensalismo | ||
Relações em que há prejuízo para pelo menos um dos participantes | Intraespecíficas | Canibalismo |
Competição Intraespecíficas | ||
Interespecíficas | Competição Interespecíficas | |
Amensalismo | ||
Predatismo | ||
parasitismo |
- Sociedade: união permanente entre indivíduos da mesma espécie que se caracteriza pela divisão de trabalho e pele cooperação. Ex: insetos sociais (abelhas, formigas e cupins), castores, gorilas e ser humano. Entre os insetos sociais a divisão do trabalho é tão grande que o corpo dos indivíduos está modificado e adaptado de acordo com as funções que realizam. O resultado dessa extrema especialização é a existência, na mesma espécie, de grupos de indivíduos com características diferentes (polimorfismo morfológico); cada grupo diferente forma uma casta.
Feromônios: substâncias químicas eliminadas por um organismo que produzem mudanças no comportamento em outros organismos da mesma espécie ( pherein = transferência; hormon = estimular), promovendo uma comunicação entre os indivíduos. Existem vários tipos de feromônios, que desempenham diferentes funções. Há os feromônios sexuais, que despertam a atração sexual entre macho e fêmea; os feromônios de alarme, que são secretados como forma de alerta quando num possível ataque de um predador; feromônios de trilha e ovoposição, que são utilizados para demarcar o caminho até uma fonte de néctar e o lugar onde foram depositados os ovos; feromônio de ataque, que é usado para mobilizar o grupo para um ataque a um organismo estranho; e os feromônios de agregação, que permitem que os insetos sejam atraídos pelos outros ao descobrir uma nova fonte de alimento. Na sociedade das abelhas, há feromônios que inibem as operárias a criar novas rainhas, se a rainha morre ou se a sociedade fica muito grande, a quantidade de feromônios diminui e as operárias começam a alimentar larvas com geléia real para que se tornem rainhas.
Os insetos são geralmente bastante sensíveis à ação de feromônios, uma mínima quantidade pode causar excitação a quilômetros de distância. Certas espécies de mariposa, por exemplo, conseguem captar o cheiro dos feromônios a aproximadamente 20 km de distância; abelhas podem sentir o odor dos feromônios a cerca de 16 km . Mamíferos também são capazes de se comunicar através de feromônios, como as coelhas fêmeas, que secretam no leite uma dose de feromônios para que sua prole reconheça as tetas e possam amamentar.
- Colônias: associação anatômica formando uma unidade estrutural e funcional. Ex.: coral-cérebro, caravela. Colônia é um grupo de organismos da mesma espécie que formam uma entidade diferente dos organismos individuais. Existem dois tipos:
Isomorfas: não há diferenças morfológicas entre seus membros, nem divisão de trabalho. Ex: corais.
Polimorfas: há diferenciação e divisão do trabalho entre os indivíduos. A caravela-portuguesa (Physalia physalis) é formada por indivíduos com formas e funções diferentes, interligados e suspensos na água por uma bolsa de gás (pneumatóforo). Há indivíduos especializados na reprodução, na nutrição, na defesa e no ataque. Cada um deles não sobrevive isolado na colônia.
- Mutualismo: associação entre dois seres de espécies diferentes, que vivem um no corpo do outro realizando troca de alimentos e de produtos do metabolismo que beneficiam ambos. A relação é de total dependência, onde a vida em separado torna-se impossível. Exemplos:
* Cupim e protozoários: o cupim não é capaz de fabricar a enzima que digere a celulose, mas os protozoários que vivem em seu intestino são capazes de digerir este material. Eles quebram a celulose em glicose e, com a fermentação dessa molécula, obtêm a energia necessária às suas funções.A fermentação produz ácido acético, que é oxidado pelo cupim e usado como fonte de energia.
* Líquen: associação entre certos fungos e algas clorofíceas ou cianobactérias. A alga fornece ao fungo parte da matéria orgânica que produz (autotrófica) e recebe do fungo proteção, umidade e sais minerais. Assim, esses dois seres formam um pequeno ecossistema, em que a alga é o produtor e o fungo é o consumidor e o decompositor. O líquen pode viver nos mais variados lugares mas é muito sensível à poluição, sendo um indicador de poluição de poluição ambiental. (não possui raízes e folhas, estruturas que nos vegetais funcionam como filtros).
- Protocooperação: associação de indivíduos de espécies diferentes, onde há benefícios mútuos, porém sem dependência entre eles. Exemplos:
* Paguro e anêmona: o paguro (também conhecido como bernardo - eremita) costuma viver dentro de conchas vazias conseguindo proteção para seu abdome longo e desprovido de carapaça. Sobre a concha ele coloca uma ou mais anêmonas, que, por terem células urticantes, afugentam possíveis predadores. A anêmona beneficia-se porque tem seu campo de alimentação ampliado quando o paguro se locomove e leva a concha e pode também alimentar-se dos restos dos alimentos do paguro.
* Peixe palhaço e anêmona: o peixe-palhaço ganha proteção vivendo entre os tentáculos da anêmona e esta se beneficia comendo os restos de alimentos do peixe.
* Aves e mamíferos: certas aves alimentam-se de carrapatos que vivem no dorso de alguns mamíferos, como o boi, o búfalo, a capivara, etc. Além desse benefício, os gritos e os movimentos das aves servem para indicar que há algum perigo por perto. Ex: anu - preto e capivara.
- Comensalismo: é a associação de duas espécies diferentes, onde apenas uma delas é beneficiada, sem haver prejuízo para a outra.
* Rêmora e bodião: a rêmora prende-se ao corpo de outros peixes, como o bodião, por meio de uma nadadeira dorsal transformada em ventosa de fixação; com isso, obtém restos de comida e um eficiente meio de transporte.
* Epífitas e árvores: entre os vegetais de pequeno porte, a competição por energia luminosa favorece aqueles que vivem sobre árvores e conseguem, assim, uma posição privilegiada para captar a luz do sol, ou seja, utilizam a árvores como suporte. Ex: bromélias e orquídeas.
- Canibalismo: quando um animal mata e devora outro da mesma espécie. Exemplos: algumas aranhas fêmeas, como a viúva-negra, devoram o macho após o ato sexual; machos de alguns primatas e os leões que matam e comem os filhotes que não são deles.
- Competição intraespecífica: os seres vivos competem por nutrientes e energia. Quando competem, há prejuízos para todos os indivíduos, pois, mesmo para o vencedor, a competição custou parte de seu tempo e energia, que poderia ter sido usado para sua sobrevivência e reprodução. Este tipo de competição é um dos fatores que controlam o tamanho das populações, pois provoca a morte ou afeta a reprodução de alguns indivíduos. Nessa interação ambos os indivíduos são prejudicados.
- Competição interespecífica: quando duas espécies diferentes que vivem na mesma área usam igual tipo de alimento ou disputam algum recurso, estabelece-se uma competição que pode eliminar uma delas da comunidade ou causar a sua emigração. Princípio de Gause ou princípio da exclusão competitiva: duas espécies não podem conviver no mesmo hábitat e com o mesmo nicho indefinidamente, pois a competição será tão grande que apenas uma – a mais adaptada – sobreviverá. A outra é eliminada, emigra para outro hábitat ou passa a ocupar outro nicho.
- Amensalismo: nesta relação uma espécie é prejudicada sem que a outra seja afetada. Exemplos:
* Maré vermelha: proliferação excessiva de certas espécies de algas que dá à água coloração avermelhada. Essas algas produzem toxinas que podem provocar a morte de peixes que as ingerem ou que se alimentam do zooplâncton ( a toxina concentra-se ao longo da cadeia alimentar).
* Alelopatia: o eucalipto, como outras plantas, produz substâncias que inibem o desenvolvimento de outras plantas próximo a ele.
- Predatismo: quando um organismo (predador) mata outro (presa) para se alimentar.
Adaptações das presas e dos predadores: a corrida do cavalo ou da zebra, o chifre do rinoceronte, as presas do elefante, os espinhos do ouriço-do-mar e do porco-espinho e a carapaça da tartaruga são defesas da presa contra seus predadores.Muitos artrópodes produzem secreções irritantes contra seus predadores, ex: besouro-bombardeiro.
Camuflagem: o animal confunde-se, no aspecto ou na cor, com o ambiente em que vive, o que dificulta sua visualização pelo predador ou pela presa.
Coloração de advertência: por seu aspecto ou sua cor, uma presa adverte o seu predador de que possui defesas.Estas podem ser um gosto ruim ou a liberação de secreções irritantes ou certos tipos de veneno. A coloração de advertência permitem que os predadores aprendam que estas defesas existem e passem a evitar esses animais depois que algumas presas são sacrificadas.
Mimetismo: mimesis = imitação; ocorre quando os animais de uma espécie se assemelham aos de outra espécie venenosa, não palatável ou perigosa para o predador. Por exemplo: algumas borboletas não tem gosto ruim, não eliminam substâncias irritantes nem são venenosas, mas apresentam o formato ou a cor daquelas que têm essa defesa. Essa semelhança acontece por meio de um processo evolutivo e é chamada de mimetismo batesiano.
- Parasitismo: é quando organismos (parasitas) se instalam no corpo de outros seres (hospedeiros) para extrair alimento. Em geral, um parasita é menor que seu hospedeiro. Endoparasita, quando vive no interior do corpo do hospedeiro, ectoparasita, quando vive na superfície do corpo. Exemplos:
* Cipó-chumbo: planta sem clorofila que retira substâncias orgânicas de outros vegetais, a sua semente germina e origina um caule que se enrola em volta da planta hospedeira, o caule desenvolve o haustório (raiz sugadora) que extraem a seiva da planta.
* Erva-de-passarinho: apesar de clorofilada, precisa obter em outros vegetais a água e os sais minerais para realizar a fotossíntese.
Avaliações bimestrais:
ResponderExcluir1º C e D: 17/09
1º A, B e E: 18/09
Estudem!
Profª Luciane.